Bom dia.
Abraça-se a almofada uma última vez soltando um grunhido descontente.
Um espelho reflecte, sem pudor, uma cara sem expressão e olhos sem alma.
Membros superiores são brevemente elevados a alturas inimagináveis para alívio do corpo ainda meio adormecido, torto, confuso. Arrastam-se pés descalços que procuram, pelo chão, algo que os calce.
Os olhos ainda não se abriram por completo: fazem um esforço por causa da luz branca que entra violentamente pela janela nua.
O corpo cede ao dia, lutando até que a água toque o seu rosto, que o obriga a despertar de vez.
É o que dá acordar sem ter razão para sair da cama.