domingo, 24 de fevereiro de 2013

A quem merece,





Já faz algum tempo que eu não desabafo.
Já faz algum tempo que este meu hábito de rascunhar e de escrever, vai morrendo.
Já faz algum tempo que não me repito, tolamente, que não insisto e persisto em escrevinhar, apagar, escrevinhar, apagar.
Já faz algum tempo que este hábito, passou a quase óbito.




Parece que dentro de mim já não tenho mais provocações, mais vómitos de palavras.

Quer dizer: ter, tenho, mas de alguma forma já não preciso de me expressar desta maneira.
Tenho tido a sorte de me poder expressar de uma forma mais liberta, mais cheia de mim. Mais gestual, mais carinhosa, mais pessoal.

E por pessoal, falo de uma pessoa a quem tenho devido todo este carinho e apoio. Uma pessoa capaz de me impedir de tornar os meus desabafos em palavras escritas e espalhadas sem ordem ou nexo. Uma pessoa só é capaz de tornar um velho hábito, num recente óbito.

Assim sendo, passo de alguma maneira, uma certidão de hábito para uma certidão de óbito, tendo em conta que a minha criatividade melancólica tem sofrido vastos ataques de compreensão e de ajuda.


Obrigada por seres como és, por me amares como sou.

A ti, que mereces.


quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Laços de sangue




Choro sem razão, mas até sei porquê.
Só de pensar no que nunca vai ser, choro.
Só de pensar no que já foi, choro.
Só de pensar - choro. 

Choro com motivo, mas sem propósito.
Só de sentir saudade, choro.
Só de sentir distância, choro.
Só de não sentir - choro.

Choro-te
Choro-vos
Choro-me
Choro-nos

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O que anda aqui






Dei por ti a olhar-me. Não compreendi o que querias de mim, não soube o que pensar. Só via um verde aclarado pela luz, o teu verde intenso. Só te vi. Deve ter sido igual para ti, igualmente confuso. Tenho ideia que terás tentado deslindar alguns problemas ou mistérios falsos de que eu, aparentemente complexa, sofria. A minha simplicidade de nada te vale, nem assim sou fácil de entender. O que temos são monstros enormes, aberrações da natureza, são fugas às regras, são situações extremas, mas só vemos o que temos como "amor". Foi nisto que pensei.


Dei por mim a olhar-te. Aí percebi o que tinhas querido de mim, vi o que sempre quisera de alguém. Entendi que nunca tinha querido atributos vagos, apercebi-me que te queria. Olhei-te a fundo, enquanto dormias calmamente. Sinto que te perturbo o sono, sinto-te arrepiado e decido deitar-me contigo. A minha mão passou suavemente pelo teu cabelo, pelo teu peito nu para depois se abraçar a ti, com o resto do meu corpo e maioritariamente com a minha vontade. Nem quis acordar, nem me quis levantar, quis somente viver-nos para sempre. 
Hei-de eternamente viver-nos.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Lá longe na Guarda

Faz muito tempo que não te vejo, muito tempo que tenho saudades tuas, mas se to disser não mo dizes de volta porque já nem te lembras de mim. E para todos os efeitos, estás tão melhor assim - parece que não sofres, que tens o teu mundo e que de lá ninguém te tira, um sítio onde as memórias não são nada mais que nuvens e cujas regras são as tuas. Mas um dia, se te voltares a lembrar de mim, se te passar pela cabeça uma imagem de mim em pequena ao teu colo, eu fico feliz.


Tenho um pesar enorme no coração por não poder fazer mais.
Cometeste muitos erros, foste egoísta com muitas pessoas, mas comigo.. Comigo sempre foste minha mãe. Minha Mãe, com M maiúsculo e minha Mãe duas vezes.

E se eu um dia souber ser com alguém metade do que tu foste comigo e para mim, posso considerar-me feliz.

Tenho muitas saudades tuas e quero-te muito, 

Avó Mecas

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Exception

Angus and Julia Stone
Sóley
Bebe
Massive Attack
Bombay Bicycle Club
Bon Iver
Hungry Ghosts




Eu por norma até nem faço coisas destas, de divulgar o meu "eu cultural" aqui, mas estas são coisas a ser partilhadas em tempos desagradáveis como aqueles em que nos encontramos. Pelo menos porque a música continua a ser uma alegria e uma forma de viver e certamente de nos acalmar.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Saltos




Não é impressionante como as pessoas nos surpreendem?

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

M



"Sou uma falsa romantica, uma realista hipócrita, uma mulher com pouca razão e com muito de mulher."
Uma mulher que escreve porque sente, uma mulher que escreve o que sente, uma mulher que se nega aos sentimentos, mas que depois os larga quando a tinta sai da caneta, ou quando os dedos logo pressionam botões com pouca ligeireza e alguma força (ou raiva).

Uma mulher... Não. Uma miúda que pouco sabe mas muito entende, que pouco julga e com isso aprende. Uma rapariga, uma miúda, uma eterna criança que já consegue dizer:



"Pertenço-te Amor.
Entrego-me, Romance.
Espero-te, Carinho.
Nego-te, Consciência."