sábado, 25 de junho de 2011

Frestas


Estou à procura de um pouco de luz para não ser tudo escuro, para que não sejam só vultos. Já abri a janela, procurei lá fora e nem assim.



Estando assim, perdida no escuro, nem conheço o que é meu, onde estou. O Sol nunca mais nasce e apesar de serem cinco e meia da manhã a claridade ainda tarda a chegar.


Cantam os pardais mas sinto que está longe de amanhecer. Tenho um gato no regaço e outro a miar lá fora. Não penso.

Vou desenhando com os dedos, porque a paciência se esgota e sinto que me acalma. Mantenho-me ocupada enquanto espero, ao menos.

Mais meia hora.

Eu espero. Eu espero, já te disse!
Não te preocupes.

Queres que deixe a porta aberta?

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