domingo, 23 de outubro de 2011

Stealing beauty



Bom dia.


Abraça-se a almofada uma última vez soltando um grunhido descontente.
Um espelho reflecte, sem pudor, uma cara sem expressão e olhos sem alma. 
Membros superiores são brevemente elevados a alturas inimagináveis para alívio do corpo ainda meio adormecido, torto, confuso. Arrastam-se pés descalços que procuram, pelo chão, algo que os calce. 
Os olhos ainda não se abriram por completo: fazem um esforço por causa da luz branca que entra violentamente pela janela nua.

 O corpo cede ao dia, lutando até que a água toque o seu rosto, que o obriga a despertar de vez.


É o que dá acordar sem ter razão para sair da cama.

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