segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Azul


Conheço uma rapariga que sorri.

Sorri, ainda que o peso do mundo lhe caia em cima.
Sorri, ainda que a vida a atraiçoe.
Sorri, ainda que dentro dela a chama se esteja a apagar.

A rapariga que sorri fá-lo porque sabe que apesar do mundo estar hoje em tons de cinza, cheio de escuridão e fealdade, é ainda um sítio lindo cheio de cores.
E as cores e a vida, são na realidade, o seu sorriso.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Vale dos Homens


Uma vez confessei-me. Não do modo religioso, que isso não importa ao espírito.


Confessei-me com gritos, com movimentos, com lágrimas, com expressões.

Estamos à beira dum precipício, prontos a soltar um grito que esperamos que ecoe por montes e vales descobrimos que não o conseguimos fazer com tanta facilidade como pensámos inicialmente. Isso é uma confissão.

Confessar-me é deixar que os sentimentos expludam dentro de mim, é sentir um nó na garganta que depois alivia. Confessar-me é sentir-me pesada para depois me sentir leve como nunca antes me tinha sentido. Confessar-me é usar tudo o que tenho em mim, menos as palavras.

A confissão é um acto de libertação que o espírito exige no corpo. E aqui, o cérebro e a mente nada mandam.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

20-17-23-10


"You never gave me time to say «I love you»"

Como um código: quase impossível de decifrar.
Sinto que já esgotei as três tentativas.
E agora?

sábado, 13 de novembro de 2010

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Puppet master





Ping Pong.

Quando bem jogado, a bola faz sempre o mesmo som, o mesmo ritmo (quase musical) de back and forth.

Eu sou a bola. Tanto fico em cima, como em baixo.
Sujeita a levar pancadas de tal força que posso rebentar.
Frágil, mas crucial para o jogo.

A velocidade a que a bola vai só depende da perícia do jogador, e neste caso, acho que até estou nas mãos de alguém que joga estupidamente bem.
É. Estou nas mãos de alguém.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Sentimento recíproco


Sem vós, que seria de mim?

Obrigada
. Estou-vos eternamente grata.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Guts over brains


E eu a pensar que estava na altura. De desistir, digo.
Aparentemente não. Voltas e voltas depois, o meu estômago decide que parar de tremer, grunhir e exprimir a sua má disposição não é uma escolha. Tem de acontecer: o estômago manda.

"Das duas, trinta e uma."
Será desta? Será agora que o meu olfacto (ou a falta dele) me denuncia, que o meu sorriso deixa escapar uma (meia) verdade?

Sim, o meu corpo vai-me denunciando involuntariamente, enquanto eu silenciosamente aguardo que o cérebro o domine.
Mas não. Diz o estômago, que manda, que é preferível ser dominada e denunciada, apontada claramente como a criança que bateu na outra, a que passa a vida a ser apontada e a ouvir dizer sobre si "Foi ele!".

Ao menos acabam-se as charades.